sábado, 29 de março de 2008

Henry Moore: Uma Retrospectiva – Brasil 2005

Trabalho 2º Ano B

Grupo do Yago

Figura central na história da escultura moderna, Henry Moore foi classificado por alguns como último dos antigos e por outros como o primeiro dos novos.Atravessou o século XX fazendo a ligação entre rural e urbano, figurativo e abstrato, orgânico e manufaturado. Seu trabalho foi sempre humano na escala, ainda que monumental no tamanho foi sempre humano na escala, ainda que era grandioso e abertamente realista, agradou o público do mundo inteiro.
No começo de sua carreira, Moore trabalhou principalmente com entalhes, tanto em madeira como em pedra, para os quais desenhava esboços em papel. Para o artista, a necessidade de envolver-se diretamente com a madeira ou a pedra, respeitando o caráter particular de cada material em vez de tentar faze-lo parecer outra coisa, era de extrema importância. Em 1934 ele escreveu que “O material participa da formação de uma idéia apenas e tão-somente quando o escultor trabalha em contato direto e se relaciona ativamente com ele. A pedra, por exemplo, que é dura e concentrada, não deve ser modificada para ganhar aspecto de pele macia – não deve ser forçada, para além da sua estrutura, até um ponto de fraqueza. Ela deve conservar sua ‘pedritude’, sólida e tensa”.
Alguns anos mais tarde, ao produzir uma cavidade na peça esculpida, o artista descobriu ser possível conseguir uma tridimensionalidade ainda maior, sem enfraquecer o material – recurso que adotaria de inúmeras formas durante toda a sua carreira. A cavidade pode dar vida aos espaços interiores da escultura e ressaltar o papel do espaço vazio na valorização da forma, algumas vezes ele é usado para desdobrar a figura humana e quebrar a sua simetria, acrescentando um elemento surpresa à fruição do observador. Quando, por volta de 1935, suas obras começaram a se tornar cada vez maiores, Moore passou a fazer estudos pequenos, preliminares, em três dimensões: as maquetes. Várias vezes explicou que a maquete permitia estudar a forma nas suas mãos, compreende-la como um todo, de vários ângulos, e visualizar como seria a obra em tamanho real.
No pós-guerra, as maquetes passaram a ser utilizadas como modelos também para os grandes bronzes. Nessa época Moore deixou de fazer desenhos preparatórios para suas esculturas, embora as peças tridimensionais e a produção em papel tenham muitos elementos em comum. Freqüentemente é possível acompanhar uma idéiadesde o desenho ou a gravura até a escultura, ou da escultura, no caminho inverso, até uma série de trabalhos desenvolvidos em papel. Moore Desenhou durante toda a vida, primeiramente como um método de desenvolver idéias para esculturas e, depois, por puro diletantismo e para realizar experiências com água-forte e litografia. Suas monumentais esculturas em bronze são bem conhecidas, com diversos exemplares integrando coleções públicas por todo o mundo, enquanto os desenhos, gravuras, entalhes e maquetes são talvez menos familiares para o público brasileiro. E é nesses trabalhos pequenos, mais pessoais, que a mostra se concentra.
A seleção de obras de Henry Moore: uma retrospectiva – Brasil 2005 cobre todos os aspectos da produção do artista em termos de assunto, idéia e escala, em uma apresentação cronológica. Todos os grandes temas por ele tratados estão representados em formas bi e tridimensionais, tais como figuras reclinadas, mães e filhos, elmos figuras internas/externas, formas orgânicas, figuras em pé, guerreiros, figuras masculinas e formas animais, entre muitas outras. Esses temas estão agrupados com o intuito de mostrar a maneira de Moore trabalhar, das pequenas maquetes, passando por modelos de porte médio, até peças de tamanho maior que o natural. O trabalho mais antigo em exposição data de 1922, e o mais recente é de 1985. Porém, a ordenação cronológica tem pouco significado se comparada com a identificação dos assuntos pelos quais Moore se interessava. Por mais de sessenta anos, os temas selecionados para esta exposição surgiram como argumentos aos quais o artista retornou repetidas vezes para retrabalhá-los e incorpora-los aos demais e, ocasionalmente, descartá-los apenas para que reaparecessem mais tarde, transformados de maneiras originais e estimulantes.
Moore era um homem quieto e despretensioso, sempre muito apegado aos seus ateliês. Viajava pouco, e quando o fazia era por motivos profissionais. A II Bienal de São Paulo trouxe-o ao Brasil para uma primeira e única visita, numa experiência que ele costumava relembrar com carinho. O entusiasmo pelo trabalho de Moore segue inabalável em todo o mundo – um interesse que, na verdade, parece ter aumentado nos anos posteriores à sua morte. A razão disso é avaliar. Provavelmente tem algo a ver com a universalidade de seu imaginário e com o seu foco na síntese das formas humanas da natureza.

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